Apesar do erro de data (clique aqui para ver o primeiro post que fiz sobre este livro) e de diversos equívocos de digitação ao longo das páginas (seriam esses um claro sinal da crise no mundo editorial, que pode ter feito o preparador de livros e o revisor de texto se transformarem em uma só figura?), Roberto Civita: o dono da banca é um excelente livro! Essencial para qualquer jornalista e divertido para quem trabalha ou trabalhou na Editora Abril, como eu.
Alguns pontos merecem destaque especial:
- Os detalhes extremamente tristes sobre a morte do “dr. Roberto”, como ele era tratado internamente por muitos funcionários da Abril (eu não conhecia nem metade dessa parte da história final dele).
- As cifras atualizadas dos investimentos feitos para o lançamento e sustentação de Veja (que deu prejuízo por anos seguidos, no início) – e que me fizeram parar a leitura para cair na gargalhada enquanto comparava a injeção desenfreada de dinheiro da época com a realidade atual das verbas em redações de revistas.
- O que não se pode negar (e se deve valorizar): o espírito empreendedor da família Civita, iniciado por Victor e seu irmão (segundo o livro, o verdadeiro fundador da Abril, na Argentina – outro fato que eu ignorava).
- E, por fim, o quanto a teimosia, as decisões erradas, a perda da onda certa para seguir e a demora em tomar atitudes para mudar o rumo do barco naufragando podem cobrar um preço alto.
Garanto que o leitor tira uma série de lições, do que fazer e não fazer, de Roberto Civita: o dono da banca! Encare as muitas páginas, releve os erros pelo caminho e divirta-se (sem perder ao menos um pouco da sua indignação) com os absurdos dos tempos das “vacas gordas abrilianas”.
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