Comecei esta semana a ler a biografia da Rita Lee. Quando soube do lançamento, logo me veio à mente o livro de outra cantora brasileira inesquecível: Clara Nunes – Guerreira da utopia. Conheci o trabalho de Clara muito mais pela ligação dela com religiões (como a Umbanda, que também é a minha) do que por qualquer outra coisa. E foi paixão imediata pela música cheia de mar, areia e Iemanjá. Mas a vida dessa cantora não foi assim tão iluminada e bem resolvida como as letras das canções que ela interpretava.
Já faz uns 8 anos que li a obra e ainda tenho a mesma sensação: a de que Clara Nunes morreu sem conseguir encontrar o próprio rumo. Obviamente, fiquei com essa impressão a partir do que foi relatado na biografia – só quem conviveu com ela poderia concordar ou discordar de mim. De qualquer forma, que bom que Clara nos deixou seu canto, tão livre de preconceitos e que, até hoje, pode ajudar àqueles que olham com pudores para o que não faz parte do totalmente aceito pela sociedade.
Volto, em breve, para comentar a história de vida de Rita Lee, outra que, apesar da adoração dos fãs, deve ter passado por momentos, no mínimo, bizarros em meio à sociedade que vivemos.