Comecei este blog com uma frase de A filha perdida, mas ainda não havia terminado a leitura. Acabei há poucos dias, sem fôlego! O terceiro romance da italiana Elena Ferrante (lançado originalmente em 2006) é uma cutucada forte, dolorida e direta nos conceitos idealizados da maternidade.
A protagonista Leda, moradora de Florença, parte sozinha para férias no sul da Itália, de onde ela mesma é original – Leda nascera em Nápoles, em uma família tipicamente dramática e que, segundo ela, deixou traumas. Mãe de duas jovens adultas, que partiram recentemente para viver com o pai no Canadá, Leda se sente, finalmente, livre para ser ela mesma.
Mas o que há por trás dessa liberdade vai muito além. Ao longo da história, que parece girar em torno de outra mãe, Nina, e de Elena, filha dela, o leitor descobre segredos de Leda, ligados à maternidade, que ela não ousara comentar com ninguém até então.
A filha perdida nos faz pensar no que cada mãe sente escondida sob a cobrança da maternidade perfeita, aquele momento que deveria ser o ápice da vida de qualquer mulher. Será mesmo? Quantas não vivem incompletas por terem deixado a individualidade de lado por causa dos filhos? E como os filhos são castigados por isso?
Leitura obrigatória para mães de qualquer idade, para toda mulher que planeja colocar uma criança no mundo e para todos os filhos que desejam entender um pouco melhor as próprias mães.
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